quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Site do dia: Guilherme Scalzilli

Andei garimpando este site e na minha opinião, ele merece uma (uma não, várias) visitas. Um texto do Guilherme me chamou a atenção. Trata-se de uma carta (infelizmente fictícia) endereçada ao Kofi Annan, que por sinal já é quase o ex-secretário geral das nações unidas:


Prezado senhor Kofi Annan


Solicitamos que Vossa Excelência, na qualidade de secretário-geral da Organização das Nações Unidas, encaminhe ao Conselho de Segurança da entidade um pedido de intervenção armada nos Estados Unidos da América do Norte. Propomos um ataque preventivo visando dois objetivos principais: a eliminação de armas de destruição em massa e a derrubada do regime de George W. Bush.
Além de assumidamente manter o maior potencial nuclear do mundo, os EUA realizaram, desde 1945, mais de 1100 testes de superfície e subterrâneos, espalhando resíduos radiativos por extensas áreas oceânicas. O país violou o Tratado de Proscrição de Testes, investindo bilhões de dólares no National Ignition Facility (Califórnia), programa que pesquisa explosões termonucleares utilizando a fusão do hidrogênio. Para ficar apenas na esfera das hecatombes, lembramos que há 550 mísseis intercontinentais baseados em terra e 440 mísseis de igual alcance em submarinos, todos devidamente preparados para dizimar nações inteiras.
Os EUA escondem também imensos arsenais de armas químicas. E, pior, negam-se a destrui-las, tanto que arrancaram o diplomata brasileiro José Maurício Bustani da organização para o controle desses artefatos. Grandes corporações norte-americanas produzem e vendem livremente o antraz, a toxina botulinum, o sarin e outros agentes mortais para qualquer grupo ou país interessado.
Que dizer de um regime que contempla apenas dois partidos políticos, onde uma escassa minoria exerce o direito ao voto e um presidente é “eleito” num golpe judicial? Pois este governo tirânico, assessorado por pessoas oriundas das indústrias petrolífera e de armamentos, oprime os civis com um regime de exceção. As manifestações são reprimidas pela polícia. Prisioneiros padecem, sem qualquer suporte jurídico, em catacumbas pestilentas. Variadas formas de tortura são freqüentes. Há segregação racial, econômica e religiosa. Anualmente, milhares de pessoas são vítimas da pena de morte. A opinião pública é controlada por órgãos ligados ao poder central, como os jornais “Wall Street Journal”, “New York Post” e “Washington Times”, as revistas “Weekly Standard”, “National Review” e “Newsweek”, e as redes “CNN”, “ABC” e “Fox News”.
O regime de George W. Bush representa um perigo para a Humanidade, e não apenas por ser o maior poluidor do globo (um quarto de todo o carbono emitido) e deter uma assustadora soberania sobre as patentes de biotecnologias e produtos farmacêuticos. Nenhum desses dados pareceria tão preocupante se não tivéssemos em conta o histórico de mortandade causado pelo terrorismo norte-americano. Considerando que existem militares, agentes secretos e outros terroristas estadunidenses em praticamente todo o mundo, é fácil imaginar o perigo que corremos. E eles estão dispostos a atacar qualquer um, a qualquer momento, apenas por dinheiro, vingança ou outros motivos torpes.
Sabemos que a população norte-americana é inocente, e queremos dar-lhe uma nova era de esperança e democracia. Mas em nome da democracia, dos direitos humanos e da segurança de todas as nações responsáveis, pedimos que a ONU autorize mais esta guerra justa, com a clareza moral que norteia nossos princípios libertadores.
Respeitosamente,
AIAI (Associação dos Inimigos de Administradores Ignóbeis)

Março de 2003

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