Sobre a não-renovação da concessão à RCTV na Venezuela
No momento estou em missão de trabalho em Genebra, o que me distanciou um pouco do cotidiano político brasileiro. A distância entretanto não me imuniza do bombardeio de notícias falsas e falaciosas, promovido pela mídia brasileira, a respeito da não-renovação da concessão à rede de televisão venezuelana denominada RCTV. Nas matérias divulgadas nos grandes veículos de comunicação brasileiros, a tese dominante é a de que a não-renovação da concessão da RCTV é um ato ditatorial do governo de Hugo Chavez. Nada mais absurdo! A concessão e renovação (ou não) de canais de televizão, tanto na Venezuela como no Brasil, são atos regulamentados pela constituição.
A licença de operação do canal expirou, depois do prazo estabelecido constitucionalmente de 20 anos, e não foi renovada, ponto.
Evidentemente, como salienta Luciano Wexell Severo em seu artigo na Carta Maior, vários fatores pesaram para que a concessão não fosse renovada. Má qualidade da programação, jornalismo falacioso e calunioso, mais de 600 processos... a lista é grande. Deve-se lembrar também do envolvimento escandaloso da RCTV na articulação e tentativa de golpe contra o atual governo.
Bem, eu entendo o frenesi da mídia brasileira: se a moda pegar, muita emissora golpista de rádio e televisão do Brasil vai ter que mudar de négócio.
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