O Brasil e a terceira via: de novo?
Após a tumultuada semana política em Brasília, devido a absolvição do senador Renan Calheiros no processo e cassação do seu mandato, movimentos de parlamentares começam a surgir pelo fim do voto secreto. O grupo de parlamentares da chamada terceira via se mobiliza pela aprovação do projeto de lei que prevê o fim do voto secreto em reuniões plenárias no congresso nacional.
Em matéria da Folha online deste sábado (http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/) aparecem declarações de parlamentares de partidos como o PSOL e o PSB, pela defesa da aprovação do projeto e na tentativa de mobilizar a sociedade para tal fato.
Primeiramente é muito preocupante observar que partidos que se reivindicam de esquerda e alternativas a hegemonia do PT, se auto-proclamem como uma "terceira via". Ocorre que tal definição política foi formulada pelo então candidato do partido trabalhista inglês Tony Blair como uma saída para a encruzilhada entre o neo-liberalismo e o socialismo. Propunha-se que se preservassem os direitos sociais conquistados durante as décadas 50 e 60 na Europa ajustando-a com a modernidade e a eficiência dos mercados ascendentes após o fim da União Soviética. A chamada terceira via seria uma alternativa entre o capitalismo e o socialismo.
O que ocorreu na pratica foi um fiasco. A terceira via mostrou-se apenas um aparato retórico par a legitimação do avanço do capital sobre o terceiro mundo. Até mesmo o nosso farol de Alexandria foi durante um certo tempo, um baluarte desta terceira via. E ao final o que restaram: o Iraque, o Afeganistão, os atentados terroristas e uma gama de conflitos internacionais.
Engraçado ver o senador do PSOl aparecer em pompa e prosa como um senador da terceira via. Certamente não se buscou esta referencia histórica para o movimento parlamentar. Mas não custa lembrar o que experiências desta natureza proporcionaram no mundo recentemente.
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