domingo, 22 de julho de 2007

Sobre a parcialidade da mídia.

Reproduzo abaixo a máteria da Folha, assinada por Fernando Rodrigues e Angela Pinho e publicada na edição de sábado. Na versão em papel da Folha, a conclusão importantíssima do IPT é reportada no canto inferior da página 6. A matéria sequer é mencionada na capa do jornal. Confesso que, mesmo na versão web da Folha ou na Folha On-line, tive dificuldades para encontra-la.
Coloca-se a seguinte questão: como seria o tratamento da notícia se o IPT concluisse que a pista de Congonhas não tem condições? A resposta é obvia!

Como diz Amorim :


"Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil."

Após acidente, IPT conclui que pista tem condições de atrito mesmo sem "grooving"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relatório parcial feito pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) na pista principal do aeroporto de Congonhas, a pedido da Infraero após o acidente com o Airbus da TAM na terça, diz que o asfalto no local tem condições de atrito acima do padrão internacional de qualidade mesmo sem o sistema de escoamento de água.
A ausência de "grooving", ranhuras para o escoamento de água, é apontada por especialistas como um possível dificultador da frenagem da aeronave.
O IPT, ligado à Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, diz que o trabalho tem "caráter de assessoramento técnico e não fiscalizador dos seus serviços". Segundo o relatório, a pista principal de Congonhas passou pelo teste de atrito em pista molhada conhecido como "mumeter", em que simuladores de rodas recebem película de água de 1 milímetro.
No teste, o coeficiente de atrito nos locais onde os pneus das aeronaves costumam tocar durante o pouso ficou entre 0,68 e 0,73. No Brasil, o parâmetro é de 0,5. Já a Icao (Organização de Aviação Civil Internacional) recomenda o valor mínimo de 0,42. Abaixo desse valor, segundo o IPT, deve ser informada a possibilidade de pista escorregadia e, abaixo de 0,52, devem ser planejadas atividades de manutenção.
A medição do coeficiente de atrito foi realizada no dia 13 de julho, quatro dias antes do acidente. Ela faria parte de um relatório mais completo, que ainda será feito, mas foi antecipado devido ao acidente.
O relatório analisou também a integridade do asfalto. A medição do IPT mostrou valor de resistência entre 89% e 96%, quando o mínimo requerido é de 70%. Os relatórios finais serão entregues à Infraero em 27 de julho, 7 e 17 de agosto. (ANGELA PINHO E FERNANDO RODRIGUES)

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