segunda-feira, 27 de agosto de 2007

3 Congresso do PT e a esquerda no Brasil: Perspectivas e rumos na luta pelo socialismo

Entre os dias 31 de Agosto e 2 Setembro estará acontecendo no estado de São Paulo o 3 congresso nacional do Partido dos Trabalhadores. Este congresso tem uma importância histórica nos rumos do partido, que nos últimos 27 anos esteve protagonizando as principais lutas sociais existentes no país, e que nos últimos cinco anos tem na presidência da república a sua principal liderança histórica.
Ao longo dos cinco anos que acompanham o governo, o partido se viu envolvido em graves crises de caráter institucional, como o caso do mensalão, e num processo de deterioração programática acelerada, marcada principalmente na reforma da previdência, e na coalizão politica com partidos e oligarquias historicamente reacionárias na historia politica do Brasil.
O congresso petista irá ocorrer em três eixos temáticos que irão definir a linha de ação política do partido nos próximos anos. Os temas são: O Brasil que Queremos, Socialismo Petista e PT: Concepção e Funcionamento.
A estrutura de organização do partido é formado por diversas correntes políticas internas, que abrangem um espectro político do trotskismo ao socialismo-liberal de Norberto Bobbio. Tal diversidade ideológica lança as correntes internas em uma constante disputa pelo controle da máquina partidária e pela hegemonia nos movimentos sociais.
Neste terceiro congresso podemos observar, através da leitura das teses e documentos relativos ao três eixos temáticos, que o principal foco da disputa interna estará na possibilidade de uma reestruturação ou reforma partidária. Neste aspecto podemos destacar três grandes grupos. O grupo derivado do campo majoritário liderado pelo ex- ministro José Dirceu, um segundo grupo que se identifica na tese da refundação partidária particularmente inspirada pelo ministro Tarso Genro e a terceira das correntes mais a esquerda do partido de tradição marxista.
Os três campos se diferenciam basicamente nos seguintes pontos: o campo majoritário defende que a militância deve fazer uma auto-crítica sobre a crise que se abateu sobre o partido durante o mensalão mas que os rumos do governo e do partido apontam para um futuro seguro e socialista. O grupo liderado pelo ministro Tarso Genro prega uma refundação ética e programática no partido nos marcos do republicanismo. E o terceiro campo um retorno as origens do PT como um partido de esquerda e socialista.
Do embate destas três concepções, nos ensina o velho Marx, devemos observar as possibilidades de síntese entre elas. O resultado final do congresso refletirá, inequivocamente, a correlação entre as forças internas do partido. As três principais teses afirmam o caráter socialista que deve ter o PT, mas se diferenciam sobre as concepções deste socialismo.
O fato é que a esquerda no Brasil já se organiza e se movimenta há alguns anos para alternativas e objetivos alem do PT. Iniciativas como a CONLUTAS Já são fatos relevantes para o cenário futuro das nossas opções socialistas. A fundação do PSOL reflete justamente o desgaste histórico do PT enquanto alternativa para o socialismo.
Porém é inevitável reconhecer o peso e a importância que o PT possui perante a classe trabalhadora e os diversos movimentos sociais. As inclinações do PT ao longo dos próximos anos serão fatores decisivos para as derrotas e conquistas da classe trabalhadora.

Um comentário:

A. Augusto Alves Jr disse...

Provocação:
"...trotskismo ao socialismo-liberal de Norberto Bobbio..."
Que partido de esquerda é este que não tem stalinista?